Pensamentos escritos em noites frias

Thursday, November 04, 2004

Um encontro. Um antigo amigo.


Hoje em mais uma das minhas caminhadas pelo meu mundo, me deparei com uma figura conhecida, em um primeiro momento, eu não sabia quem era, mas após os meus impulsos nervosos acharem a terminação nervosa da imagem daquela pessoa, reconheci, era um Antigo Amigo, chamarei-o assim por mérito de discrição.
Parei-o.
Comecei a falar-lhe, logo vi, fui reconhecido.
Eu falava, falava e falava, aparentemente, ou melhor, superficialmente, ele estava bem. Num primeiro momento fiquei contente por ver que uma pessoa cuja amizade tenho por estima está obtendo sucesso na formação do seu “eu profissional”, se empenhando para aperfeiçoar seus conhecimentos acadêmicos.Após um tempo, porém, notei que esse meu amigo não tinha brilho no olhar, seus olhos secos não possuíam mais lágrimas para expressar seus sentimentos, dentro de si, deveria ser uma pessoa amargurada, há tempos atrás ele não era assim, é como se ele estivesse no meio de uma briga, uma luta de boxe contra a vida, e tivesse apanhado muito nos últimos segundos, o que fizera com ele caísse, e hoje ele se encontra assim, caído, enquanto o juiz conta, e esses dez segundos são infinitos, são ilusórios, meu amigo tenta achar forças para se levantar e encarar a vida novamente de frente, mas tudo o que ele tem ao redor é um vazio, como se o nada tomasse conta da sua alma, motivos não possui, perguntas sem respostas, conseqüências sem causas, o que torna a sua busca difícil, pois como achar algo que não existe?
E foi então que ele me falou apenas “Meu caro amigo, só desejo uma coisa, sentar em baixo de uma árvore e chorar, despreocupada e casualmente, e ficar assim por um bom tempo, sem ninguém por perto pra eu ter de fingir que está tudo bem, ter que demonstrar uma falsa felicidade, não quero sorrir”.
Eu, Leandro Zago, não preciso dizer quem era esse meu amigo. Quem me conhece, o conhece.

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